terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Ser amiga.

Faz um tempo que eu descobri como eu sou dependente das minhas amigas. É sério, é doentio. Eu tenho necessidade de sair com elas, de fazer com que riam de coisas que eu diga, fazer com que confiem em mim e se abram comigo.
Tenho necessidade de ser bem aceita e de ter a certeza de que o sentimento é mútuo.
E me emputece profundamente quando esse sentimento não é mútuo mesmo com tamanho esforço da minha parte.
Admito que certas pessoas despertam em mim a vontade de me aproximar mais e mais até o ponto de chamar e ser chamada de amiga.
Essas pessoas em geral são bem diferentes de mim, e tem uma liberdade que eu confesso, envergonhada, invejar.
Poderia desconversar e dizer não saber bem porque as invejo, mas tenho a resposta pronta na minha cabeça, fruto de horas e horas ociosas pensando na vida.
É exatamente por isso que eu detesto momentos tediosos: eu paro para pensar. E, admitamos: meu pessimismo é forte. Certas vezes mais forte até do que eu mesma. Às vezes meu pessimismo é uma pessoa má que sussurra no meu ouvido tudo o que eu não quero pensar.
Mas acabei saindo do meu foco: as invejo porque elas são quem querem ser.
Há, claramente, um diferença grande entre ser quem se é e ser quem se quer ser. Mais ou menos como o modo que você vê seus atos e o modo que os outros vêem (esse acento caiu, né?) os seus atos. E isso me angustia.
Fui aconselhada por uma amiga (uma amiga de verdade, de uma amizade mútua) a ser quem eu sou. Eis o problema estampado na minha cara: não tenho a menor idéia de quem eu seja.
Ser eu mesma é ser quem eu quero ser ou como os outros querem que eu seja?
Cara, a vida é complicada, e não preciso de parâmetros pra afirmar tal coisa com certeza.

2 comentários:

Niina disse...

bb vc é dependente de mim?
tô me sentindo agora!!
te amo flor.

zannisp disse...

Na verdade, nunca sabemos exatamente quem somos... Mas nunca, NUNCA tente ser o que os outros querem.
A cada dia nos deparamos com acontecimentos que nos fazem ter determinadas reações e, assim, parece que nunca somos nós mesmos...Mas a bosta da vida é assim e, mesmo assim, é melhor esta que nenhuma. Deixe apenas que um dia venha após o outro. Leia Adélia Prado.
Ela sabe extatamente como ver na rotina, no dia a dia, a verdadeira beleza de viver.....
Beijos...