segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Despedida em evidência.

Junto do final do ano, vem esse clima de despedida que nos faz pensar sobre o que vivemos de bom e de ruim, e qual será o malabarismo que faremos em 2011 pra termos cada vez mais lembranças boas e menos lembranças ruins.
Para tornar ainda mais denso e nostálgico esse clima, aviso, com receio, que esse é um post de despedida.
Não que eu vá parar de escrever ou de postar, mas manter esse blog não tem mais sentido pra mim.
É num gesto simbólico que declaro esta como sendo minha última postagem nesse blog, encerrando definitivamente diversos sentimentos que traduzi aqui, transformand-os apenas em boas lembranças.
Além disso, já não me encanta tanto a ideia de evidenciar as palavras e nada mais quando há, no mundo, tanta coisa que não palavra, e que mesmo assim merece estar em evidência.
Num outro gesto simbólico, começo um novo blog como se começa um novo ano: abrindo, no infinito espaço da internet, uma nova casa onde eu possa habitar, casa com paredes ainda por pintar, guarda-roupa ainda despido e a sala ainda sem mobília.
"Tudo novo de novo", como diz minha música favorita de 1o. de janeiros.
Há, na casa, somente um caldeirão, todas as portas e janelas abertas e um computador ligado cuja tela exibe um certo blog cheio de histórias antigas nas entrelinhas. E cada canto vazio da casa é recheado desde já por expectativa.
Mas sem nunca esquecer de admirar o que já construí.
Aqui eu escrevi por cerca de dois anos minhas mágoas, meus sonhos, minhas quedas, meus finais e meus recomeços.
Aqui eu li demais, escrevi demais, opinei demais, e me senti feliz demais ao me dar conta de que as pessoas gostavam do meu jeito de escrever e, felicidade das felicidas: se identificavam com o que eu escrevia, por mais melancólico ou dramático que fosse.
Esse blog me deu um retorno muito bom, infinitamente maior do que esperar minha tímida pretensão quando resolvi criá-lo.
É impossível explicar o carinho que eu tenho por esse bebê.
Nem vou citar nomes senão o post vai ficar (mais) insuportavelmente longo e brega.
De qualquer forma, pra onde quer que eu vá, vou levar comigo as palavras e continuar a combiná-las como passatempo, ou melhor: paixão.
Porque escrever se tornou um vício pra mim, e eu não vou me esforçar pra resistir. Vou me entregar, de corpo e alma, e seguir, de blog em blog procurando me aquietar.
Agora, posto aqui.

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