domingo, 13 de setembro de 2009

Volume máximo

Quando pequena, ouvia música clássica. Altas doses de Vivaldi, Beethoven, Strauss, Chopin, Bach (oh, Bach!), Tchaikóvski, entre outros. Queria ser bailarina, viver num mundo cor-de-rosa para sempre.
Havia também, como não? Xuxa, Eliana, Angélica, Bia Bedran, e mais. Gostava de ser criança. Gostava de me achar bailarina, gostava de ser cor-de-rosa.
Mas a música que marcou minha infância efetivamente - a ponto de me vir à cabeça toda vez que vejo minhas fotos de criança - foi Aquarela, de Toquinho.
Até hoje ouvir essa canção me transporta para um dia de céu azul - um fim de tarde - onde o clima é ameno e há balanços e crianças rindo por toda parte.
Ouvi Aquarela um número incontável de vezes na minha vida. E levava sua letra como verdade absoluta, como filosofia de vida.
Até que um dia parei para prestar atenção nas músicas que minha mãe deixava a rádio tocar diariamente: MPB de todos os ângulos. Bossa nova, samba, chorinho, maxixe, rock e pop nacional.
E prestando atenção nas letras, me deparei com uma jóia: Quase sem querer, Legião Urbana.
Nunca uma música havia me definido tão bem: "Tenho andado distraído, impaciente e indeciso / E ainda estou confuso só que agora é diferente / Tô tão tranquilo e tão contente". Era exatamente como me sentia. Confusa, sim. Mas feliz. Feliz de uma maneira, por assim dizer... Confusa. Era isso, era isso o que eu era!
E fui cada vez mais me apaixonando desvairadamente por música. Fosse o estilo que fosse. Era como se música tivesse se tornado um vício. Andava o tempo todo com um fone no ouvido. Escutava de tudo. Tu-do. Mesmo que não gostasse, ouvia. Não me considero eclética. Nunca fui. E espero não ser. Apenas sou receptiva à coisas novas.
Músicas novas representam pessoas novas, influências novas, novas vivências.
Há bem pouco tempo, um ano apenas, comecei a fazer aulas de música. Aí então, me perdi totalmente nesse mundo maravilhoso. Comecei a montar, de verdade, minha trilha sonora. E com a minha voz, minha marca, o que é a melhor parte.
E há menos ainda de um ano, comecei a praticar teatro. Também me encantei com esse mundo, devo dizer.
E hoje, com todo meu histórico de músicas ouvidas ao longo dos anos, posso dizer: não há, em todo o mundo, música - por mais linda que seja sua poesia - que tenha importância maior que o som dos aplausos ao fim do espetáculo.

Um comentário:

Babi Farias disse...

Renato Russo e suas músicas, ah, incomparável!

Adorei teu texto! Encantador...

Selo para você lá no meu blog.
;*