quinta-feira, 14 de maio de 2009

A mulher invisível.

Ela passa seus dias da forma mais monótona possível. Seu nome é Giulia, ela tem algo entre 15 e 16 anos. Mas informações como nome e idade não importam.Quase nunca seus colegas de turma se dirigem à ela.A menina desejava, mais que tudo, um foco. Não fazia grandes loucuras (nem pequenas), não era espalhafatosa – de jeito nenhum! – e não gostava de seu nome. Aquele dia em especial não tivera, efetivamente, algo de especial. Nenhum dia seu tinha, na verdade. Eram todos iguais: um, depois outro, depois outro, depois outro... Semanas e semanas, meses e meses, anos e anos. Ela sentia a vida escapar-lhe por entre os dedos, e sentia que não havia nada que ela fizesse que pudesse mudar a situação. Mas nada era desconfortável a ponto de fazê-la querer mudar drasticamente sua vida. A angústia de Giulia devia se basear no anseio de mudar pequenas coisas, detalhezinhos, coisas que ninguém repara. No caminho de volta pra casa, Giulia viu crianças brincando no parquinho. Elas fantasiam sobre qual super poder gostariam de ter. A menina pequena de olhos castanhos diz que queria voar; a loirinha, um pouco mais alta, diz que queria mover objetos com a mente. Giulia sorri consigo mesma e pensa: eu queria ter o poder da visibilidade.