Quero morrer num dia comum, num fim de tarde. Quero poder olhar o sol se por com uma sensação gostosa de vento contra o cabelo e de missão cumprida. Quero que garoe, só pra formar uma atmosfera poética. Mas não triste.
Seria bom ter na boca um gosto de chocolate com hortelã, para criar o clima perfeito para o último suspiro.
E o suspiro... Que não seja o alívio do suspiro de passar por pouco em matemática, ou como aquele tão freqüente de raiva após brigar com a mamãe, tampouco aquele cansado depois da academia.
Quero que seja um suspiro como aquele automático ao se jogar na cama depois de passar a tarde arrumando o quarto – condição para sair com o namorado.
Acredito que até nós darmos conta de que desencarnamos, convivemos com a última sensação que tivemos em vida. Por isso quero morrer sentindo na pele aquele frescor depois de tomar banho, e quero sentir no ar o cheiro bom do meu hidratante.
E quando eu finalmente chegar “lá” (sem importar onde nem como vai ser “lá”), quero que seja bom: não vou sentir nem um pingo de arrependimento, de frustração por deixar de ter feito alguma coisa.
Enquanto eu estou viva, é melhor desligar o computador. A vida é lá fora.
4 comentários:
isso foi lindo, voce tem muito talento e tem absoluta razao em tudo que ta escrio. adoro textos que me fazem refletir
Nadia
amei *-*
Lu adorei seu texto e bonito e sensivel como vc, e forte e delicado ao mesmo tempo .amei!!!!!!
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